A resposta para o surto mortal de Ébola na República Democrática do Congo (RDC) está longe de terminar, segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) que anuncia uma expansão de sua operação.
"Devemos permanecer vigilantes, e precisamos de continuar a reforçar a vigilância numa base comunitária. O risco de propagação no interior do país e para os países vizinhos permanece real”, referiu o Dr. Fatoumata Nafo-Traoré, Director Regional da FICV para África. "Uma das lições que aprendemos na resposta a outros surtos de Ébola foi que a complacência pode matar".
A FICV está hoje a lançar um apelo de emergência internacional no valor de 1,6 milhões de francos suíços a fim de ajudar a Cruz Vermelha da República Democrática do Congo a apoiar mais de 716.000 pessoas nos próximos seis meses.
"A nossa operação de emergência inclui um grande foco em funerais seguros e dignos. Esta foi uma intervenção crítica na África Ocidental, tendo impedido até 10.000 casos adicionais”, segundo referiu o Dr. Nafo-Traoré.
Pelo menos 27 pessoas morreram num surto que foi confirmado primeiramente em 8 de maio, na zona de Bikoro, uma parte remota do país. Vinte e oito casos foram confirmados como Ébola. Quatro destes ocorreram em Mbandaka, uma grande cidade.
A FICV e a Cruz Vermelha da República Democrática do Congo encontram-se a trabalhar como parte integrante de uma resposta coordenada ao lado de autoridades governamentais, da Organização Mundial de Saúde e de outros parceiros nacionais e internacionais. O principal papel das equipas da Cruz Vermelha nesta resposta consiste em usar a sua presença e acesso único na comunidade para facilitar a detecção precoce e combater a transmissão. Voluntários da Cruz Vermelha local têm sido destacados em Bikoro, comunidades circundantes desta localidade e Mbandaka, a fim de apoiar as comunidades.
“No passado respondemos a todos os surtos de Ébola que surgiram no país, e contamos com uma larga rede de peritos neste domínio”, segundo o Presidente da Cruz Vermelha da República Democrática do Congo, Grégoire Mateso.