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sexta-feira, 03 setembro 2021 14:41

Alergias

À Conversa com Válter Santos, Médico Especialista Medicina Geral e Familiar

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O que são?

Quais as mais frequentes?

Qual o melhor tratamento?

 

 

As alergias são consideradas respostas do individuo a um fator externo, habitualmente ambiental. Estas, são conhecidas, vulgarmente, por excesso de defesas imunitárias, que em alguns casos pode haver uma relação com a componente genética.

Na verdade, as alergias são manifestações clínicas muito frequentes e com gravidade variável após o contacto do individuo com o estímulo alergénico que pode ser um inseto, um alimento, um medicamento ou outras substâncias de contacto.

Alguns doentes podem também ingerir alérgenos alimentares por equívoco (uma vez que, por vezes, não se conhece na totalidade o processo da preparação de alimentos, como por exemplo resíduos de frutos secos em misturas ou utilização de marisco na preparação de peixe) e em picadas por insetos que podem evoluir com grande rapidez a formas graves.

Na maioria das situações as manifestações clinicas correspondem a sintomas ligeiros após o contacto com a substancia em causa, mas podem assumir formas graves no caso de reações exacerbadas ou de coexistência de outras patologias como a asma.

A ingestão de alimentos com potencial alergénico e uma preocupação principalmente durante a infância. Quando existe uma reação alérgica alimentar podem existir alterações cutâneas (manchas, comichão, inchaço); digestivas (náuseas, vómitos, dor abdominal); respiratórias (sensação de inchaço da língua, choro fácil, espirros, comichão nos olhos, pieira ou dificuldade em respirar). Por vezes, o doente sente apenas comichão na boca com inchaço da língua ou lábios.

Em idade pediátrica torna-se mais difícil de controlar a ingestão de alimentos alergénicos, sendo que muitas vezes existe uma ingestão alimentar acidental e podem surgir sintomas como diarreia com maior gravidade, até com sangue juntamente com vómitos e pobre progressão ponderal.

 

Principalmente em épocas de calor as picaduras de insetos em toda a família são frequentes.

A maioria dos insetos (mosquitos, melgas, moscas, pulgas, aranhas entre outros) gera uma picada com reação local que se manifesta através de dor, comichão, vermelhão e inchaço que pode corresponde à reação dos tecidos ao veneno do inseto em questão. Se a reação for grave pode haver uma reação cutânea sistémica (tipo urticaria) e afetar as mucosas com inchaço (angioedema), fenómeno comum nas picadas de abelha e vespa, por vezes, o trato digestivo também e afetado (náuseas, vómitos ou dor abdominal), bem como o sistema cardiorespiratório (dificuldade respiratória, pieira, taquicardia, tonturas e sensação de desmaio).

O reconhecimento correto da sintomatologia secundaria a um contacto ou ingestão de alérgeno idêntica a episódios anteriores pode ajudar no diagnóstico. Por isto, o reconhecimento correto e precoce dos sintomas ou do contato/ ingestão do potencial alérgeno ajuda a planear um tratamento rápido e eficaz com a tomada de decisões correta.

O melhor tratamento é a prevenção!!

Os alérgenos devem ser reconhecidos e evitados sempre que possível. Podem ainda ser tomadas terapêuticas medicamentosas preventivas que permitem combater sintomas em caso de reação alérgica.

Os medicamentos sintomáticos visam a diminuição da comichão, inchaço, vermelhidão e o controlo de sintomas respiratórios leves como os espirros e/ ou lacrimejo.

Existem vacinas anti-alergicas que constituem um tratamento especifico dirigido a um tipo de alérgeno particular com grande eficácia (quando administradas correta e atempadamente). Na verdade, o grande objetivo da vacina anti-alergica é modular a resposta do organismo em presença do estimulo alergénico.

Infelizmente, as doenças alérgicas podem assumir uma forma cronicas, e, portanto, a cura é muito difícil. O objetivo em casos de alergias crónicas passa pelo controlo de sintomas para melhorar a qualidade de vida.

 

Quais são as medidas preventivas a ter em caso de alergia?

A educação é essencial para promover o reconhecimento de os estímulos potenciadores de reações alérgicas, quer do doente que da família, principalmente quando entram em contacto com o estimulo (quer por ingestão, inalação, picadura ou contacto tópico direto).

As medidas de higiene como a lavagem de alimentos e das mãos, bem como a limpeza dos espaços (arejamento dos espaços, evicção de alcatifas, lavagem de colchões, coberturas anti-ácaros, lavagem de roupas de casa a altas temperaturas >50ºC e evicção de peluches ou objetos felpudos) são essenciais para o controlo da frequência e intensidade de exposição a alérgenos ambientais.

No caso das alergias a cão, gato, coelho ou outro as medidas de higiene devem ser reforçadas principalmente antes e depois do contacto com o animal e se possível reduzi-lo ao mínimo.

No caso de reações a alérgenos do exterior como pólenes, ou pó devem ser tomadas medidas preventivas antes de cada viagem (laboral ou lazer) como a construção de um pequeno Kit de medicação para controlo de sintomas em viagem e reforçar as medidas de higiene e não esquecer os óculos escuros. Em ambientes campestres os ambientes com elevado grau de poeira devem ser evitados e privilegiar locais com janelas fechadas, ventilando-os à noite.

O tabaco pode potenciar o risco de reação alérgica e até levar crises graves com necessidade de intervenção em ambiente hospitalar. As crianças por vezes estão expostas a tabaco de forma passiva e não manifestam com grande clareza os seus sintomas, apresentando maioritariamente tosse e espirros, razão pela qual merecem um reforço da atenção dos adultos.

A prevenção de contacto com estímulos alergénicos é essencial bem como a identificação precoce dos sintomas iniciais é para promover um tratamento rápido adequado e eficaz.

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