Proposta de implementação:
Rede Nacional de Apoio e Educação Parental e Familiar.
Medida de Promoção de Saúde e Prevenção de Doenças Psicológicas.
Para quem:
Famílias.
Mães, pais e outros cuidadores principais.
Filhos (crianças e adolescentes).
Objetivos:
Objetivo principal:
- Melhorar as relações nas famílias
Objetivos específicos:
- Provocar a tomada de consciência dos pais sobre o seu papel como tal.
- Incitar a mudança de comportamentos.
- Aumentar o nível de conhecimentos sobre educação da população.
Racional:
- Ninguém sabe ser pai e mãe antes de o ser. E em cada época as famílias deparam-se com diferentes desafios. Hoje em dia, as dinâmicas familiares são mais funcionais do que relacionais.
- As famílias são vítimas da competitividade do mundo laboral. Os dias de trabalho das mães e dos pais são longos e longe dos filhos.
- Há desarticulação entre muito conhecimento teórico e pouco conhecimento prático sobre puericultura e educação. O excesso de informação teórica assusta e provoca sentimentos de insegurança e culpa. A redução do número de elementos por família e o isolamento das famílias, que passaram a viver nas cidades, longe dos avós, tios e primos, faz com que as experiências práticas sobre o cuidar e educar sejam reduzidas.
- A relação entre escola e família ainda não é suficientemente estreita. O sistema educativo assenta em objetivos e metas para os quais os educadores e professores tendem a trabalhar, ficando a relação com as famílias e a mediação das relações intrafamiliares para um plano secundário.
Onde:
Gabinetes dos Centros de Saúde de Portugal Continental e Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
(Possíveis deslocações aos domicílios, especialmente para apoio nos cuidados a crianças recém-nascidas).
Por quem:
Psicólogos, Educadores de Infância, Professores, Enfermeiros.
(Aproveitamento dos recursos humanos já existentes no Serviço Nacional de Saúde)
Independentemente da formação e profissão é importante que todos os profissionais que desempenharem funções nesta medida promocional de saúde tenham formação de preparação. Ao longo do tempo, devem ter formações contínuas, sessões de auto e hétero- avaliação e supervisão do trabalho.
Como:
Atendimento permanente, personalizado e estruturado.
Observação & conversa em gabinetes específicos nos Centros de Saúde.
Sessões com os pais e/ou com filhos, consoante as necessidades e a fase em que cada família se encontra.
Resposta ininterrupta e continuada às necessidades sentidas pelas famílias, com foco em determinadas etapas da vida da criança e fases de maior suscetibilidade da saúde psicológica das famílias:
- Pré-Natal
- Recém nascidos
- Birras
- Entrada na Creche/Jardim-de-infância
- Início da vida escolar formal
- 5º Ano de escolaridade
- Adolescência
Organização da rede:
Equipa de Formação e Supervisão:
- Profissionais de vários municípios do país com formação inicial sobre o funcionamento e objetivos da rede de Apoio e Educação Parental e Familiar.
- Seleccionam, formam e supervisionam o trabalho dos profissionais que atuam em campo.
- Reúnem-se com frequência para avaliação do trabalho desempenhado em todo o País.
Profissionais em campo:
- selecionados, formados e supervisionados por um dos elementos da Equipa de Formação e Supervisão
- devem sempre partir do princípio que, mais do que ninguém, os pais gostam, conhecem e querem o melhor para os filhos.
- são responsáveis por desempenhar uma função de educador, respeitando e compreendendo, mas estimulando e acreditando sempre no desenvolvimento positivo das relações familiares.
- devem colaborar com médicos, outros técnicos de saúde, professores e outros profissionais de educação, em favor da família.
- detetam necessidades específicas da criança e da família, alertar, aconselhar e encaminhar para outros apoios.
Esta medida de Apoio e Educação Parental e Familiar deverá ser, também, promovida pela Sociedade Civil (entendida como a faixa existente entre a Administração Central e o conjunto dos cidadãos), onde organizações como a Cruz Vermelha Portuguesa podem desempenhar um papel insubstituível.
Chegar às pessoas:
- Informação verbal (oral e escrita) nos Centros de Saúde.
- Informação fornecida pelos meios de comunicação social.
- Encaminhamento feito pelos Médicos de Família, Obstetras, Pediatras e Enfermeiros.
- Encaminhamento feito por outros profissionais de saúde e educação que trabalhem com as famílias.
- Conhecimento das famílias nos cursos pré-parto, aproximação e abertura para as receber, mais tarde, nos gabinetes de apoio parental e familiar.
Maria Ana Cosme Tomaz
Educadora de Infância e Professora do 1º Ciclo